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MINICONTO “HOJE NÃO CHOVEU”

               Hoje é o primeiro dia sem chuva depois de cinco dias chovendo a noite inteira, fora e dentro de casa. Na verdade até então, logo ainda nem é meia-noite, e pode ser que esse cenário mude. Na verdade, quase choveu, mas o vento roubou a chuva. A levou para chover em outro lugar. Não é pra tanto, pois esse ano vai cair muita água ainda. Quando chove, é bom, e quando não chove, também. Tirando o problema das mil goteiras... tá tudo bem. A chuva é uma faca de dois gumes. É um turbilhão de sensações e significados que ela causa e tem, que praticamente falar dela, é tecer uma longa discussão. Há quem diga que a chuva influencia em nossos pensamentos. Da mesma forma que ela funciona aqui fora, ela pode ressoar positiva e subjetivamente em nossa mente. Não duvido, já que beber água faz circular oxigênio no sangue, que corre em nossas veias das unhas ao cérebro, renovando o fluxo. A chuva é uma divindade, só pode. A ciência explica, mas nós não conseguimos expressar. Chover p
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SARAU DOS BUSTOS DA PANTEON

    Eram nove horas em ponto quando um casal que namorava no banco foram surpreendidos pela presença de um homem que dizia horário de fechar os portões, e que iria fazer em cinco minutos. Inconformados, os amantes levantaram e se puseram fora daquele recinto arbóreo. Não custou para que os portões fossem fechados de fato, quando na quietude notívaga recai, ouve-se uma voz bradar e ecoar pela praça:”pronto, já se foram!”, e então ouve-se outra voz falando “até que enfim!”, “aí sim, heim!” disse outra voz aguda, seguida de um assovio daqueles de rasgar a boca.      Ouve-se gargalhadas, galanteios e cumprimentos. Uma tosse grave pipoca e uma voz jovial recém chegada vocifera: “como é bom revê-los, poetas!", e uma voz antiga retribui dizendo “é uma honra tê-lo conosco, nobre vate!”, e todos se saúdam mutuamente: “Viva!” "Vivo era eu que queria estar.”, disse o jovem poeta calouro. "Todos nós queríamos, meu jovem, todos nós.”, retrucou a única voz feminina no recinto.      E

MANIFESTO CULTURAL E ARTÍSTICO CAXIENSE

Não é de agora que a cidade de Caxias-MA respira uma história antiga, memorável e relevante no contexto nacional. No entanto, atualmente, está sendo asfixiada, se encontra ofegante, conseguimos ouvir seus últimos suspiros e cada vez torna-se invisível aos olhos de seus habitantes. A notória cidade berço de poetas, terras das águas cristalinas e saudosa princesinha do sertão, dia após dia, se torna apenas uma paisagem de um quadro vandalizado pela própria atitude de distanciamento da sua história. Percebe-se a não existência de uma preocupação pela identidade patrimonial e cultural, que, observando a passagem do tempo, os bens materiais e imateriais estão à deriva, abandonados, esquecidos e sendo apagados do saber popular e sobretudo, deixando um vazio para o futuro das gerações. Uma vez que não só as pessoas, mas as casas, ruas, praças e estabelecimentos também guardam e contam histórias. Histórias que atravessam e refletem nas épocas, no agora, no amanhã, quem sabe. Porém, acabam se

CAXIAS EM POUCAS PALAVRAS

Caxias do Maranhão, outrora Aldeia de Guanarés, tribo de oito mil indígenas que habitavam as margens do Rio Itapecuru, um dos quatro principais rios do Maranhão. Após aniquilação de quase toda tribo e destruição de suas aldeias pela invasão portuguesa e espanhola, com participação dos jesuítas e as companhias de jesus, mais tarde, receberia os títulos de arraial, vila e por último de cidade. Situada no meio Norte maranhense, área de transição entre os biomas amazônico e o atlântico, demonstra quase duzentos mil habitantes e quase trezentos anos de existência. A região onde a cidade se localiza é denominada Cocais, que é abundante em palmeiras de Babaçu e outras, como a Macaúba, Tucum e Buriti. A planta é autêntica do Brasil, principalmente nos Estados do Pará, Tocantins, Piauí e grande parte no Maranhão.  Em Caxias irrompeu a última revolta por liberdade desde os remanescentes estouros por independência, que ocorriam desde os primeiros anos de dominação territorial e exploração de povo

EXILIUM: O POEMA

A Palmeira A Canoa O Rio As Pedras A Ponte O Trem O Morro O Mar A Fonte A Serpente A Flor A Estrela O Coração O Olho A Lua O Coco O Pássaro O Riacho O Palácio A Torre A Revolta O Porto da Pólvora O Arraial As Aldeias A Vila Caxias Cidade das Águas Cristalinas A Princesinha do Sertão. Sidny Brito, Caxias Maranhão. Em 18 de julho de 2020.